Análise das Operações Urbanas Consorciadas Faria e Água Espraiada
Link: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.091/185
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De acordo com o artigo do site Vitruvius referente às Operações Urbanas Faria Lima e Água Espraiada em São Paulo percebe-se que a utilização do instrumento de planejamento urbano tem sido voltado apenas para os interesses privados do mercado imobiliário, dessa forma as intervenções urbanas realizadas em áreas delimitadas pelo poder público visam beneficiar os grandes empreendedores, são portanto planejamentos estratégicos realizados como forma de atrair investimentos para regiões desvalorizadas, através do aumento de seu potencial de desenvolvimento.
Analisando especificamente o caso Faria Lima para a implantação da estrutura viária foi necessário a desapropriação da população de baixa renda residente nas regiões de intervenção. Já a Operação Urbana Água Espraiada, na zona sul de São Paulo teve como propósito a ampliação da avenida Jornalista Roberto Marinho e a criação de espaços públicos de lazer para a população de maior poder aquisitivo, dessa forma foi necessário a remoção das favelas próximas para a periferia.
Áreas das Operações Urbanas Consorciadas Faria Lima e Água Espraiada
Fonte: Vitruvius
Lançamentos imobiliários antes e depois das operações urbanas
Fonte: Vitruvius
Como consequência dessas operações houve uma valorização da área com o aumento do custo de vida, e de investimentos imobiliários que suprissem as necessidades da nova população residente. A “revitalização do espaço urbano” consistiu em uma elitização da área, as melhorias não solucionaram os principais problemas urbanos existentes: não contribuíram para a mobilidade, nem solucionaram a infra-estrutura precária das favelas, conclui-se portanto que o objetivo principal dessas intervenções urbanas está no interesse de mercado e não no coletivo.
As Operações Urbanas Consorciadas devem configurar-se como instrumentos que contribuam para a produção de espaços urbanos de qualidade que promovam um maior equilíbrio entre os usos e entre os fluxos presentes na cidade, devem contribuir para o desenvolvimento potencial de regiões que não atraem investimentos em razão de abrigar classes mais baixas, que não conseguem ter acesso a benefícios urbanos como infra-estrutura adequada e equipamentos públicos por habitarem espaços excluídos ou esquecidos no meio urbano. As diretrizes estabelecidas pelas Operações Urbanas devem estimular o seu desenvolvimento através das parcerias público-privadas em benefício às necessidades da população residente e não aos interesses do mercado.
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