quinta-feira, 31 de março de 2011
TEX- Mobilidade urbana sustentável
O Tex é uma alternativa não poluente, para o transporte público urbano. Trata-se de um veículo que desliza em uma canaleta embutida no asfalto, que se eleva a 3m do chão, através de uma delgada estrutura pantográfica que ocupa uma faixa segregada nas vias existentes, da largura de uma motocicleta. Desta forma, consegue se deslocar em velocidade média de 50km/h, mesmo quando as vias estão completamente congestionadas. As maiores vantagens do sistema são: Baixo impacto ambiental, rápida implantação em vias existentes e baixo custo de investimento. (Investimento 10 vezes menor que a construção de uma linha de Metrô).
Complexos viários em Xangai, Los Angeles e Reino Unido
Viaduto Puxi, Xangai
Viaduto Judge Harry Pregerson, Los Angeles
Viaduto Gravelly Hill, Birmingham, Reino Unido
Gateshead Millenium Bridge, Inglaterra (Ponte giratória)
Localizada em Newcastle na Inglaterra essa ponte atravessa o Rio Tyne e possui tramo giratório permitindo a passagem de pedestres e ciclistas e a travessia de barcos no rio.
Prefeitura de BH já gastou R$ 221 milhões em indenizações
A paisagem de Belo Horizonte mudou bastante nos últimos três anos. Com ela, um crescente processo de desapropriações e indenizações pagas a quem morava ou tinha estabelecimento comercial no caminho das obras públicas. De 2007 a 2009, foram cerca de 2.000 indenizações relativas a desapropriações e remoções na cidade, que consumiram R$ 221 milhões do orçamento municipal, de acordo com a Secretaria Municipal de Políticas Urbanas.
Uma delas foi a duplicação da avenida Antônio Carlos, na região Noroeste da capital, onde a Prefeitura de Belo Horizonte e o governo de Minas Gerais investiram R$ 190 milhões em desapropriações e remoções, com recursos das duas esferas públicas.
As obras na Antônio Carlos provocaram também a valorização nas áreas do entorno. O diretor secretário do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci/MG), Vinícius Araújo, informou que os imóveis às margens da avenida valorizaram de 30% a 40 % depois da obra de duplicação. "Era um comércio fraco, onde o metro quadrado custava R$ 1.000. Agora, passou para R$ 1.400 e a tendência é aumentar ainda mais", avaliou Araújo, há 22 anos no mercado.
A outra face das indenizações imobiliárias também movimenta a economia. "Está jogando dinheiro no mercado", explicou. As famílias indenizadas precisam procurar outro imóvel para comprar.
Ele explica que, com o valor recebido, o antigo morador da região vai direcionar o dinheiro para a compra imediata. "Não somente a faixa de baixa renda, como também para imóveis comerciais", informou Araújo.
O mercado já trata a Região Noroeste de Belo Horizonte, onde houve a duplicação da Antônio Carlos, com mais interesse. Vinícius Araújo, que também é diretor da Prolar Netimóveis, explicou que a retirada de imóveis com "visual desagradável e acabamento mais fraco" foi positiva e ajudou a valorizar a região.
Outras obras devem dar continuidade ao processo de desapropriações e consequente especulação imobiliária. A avenida Pedro I, as vias 210 (Barreiro) e 710 (região Leste), além da nova rodoviária, no bairro São Gabriel, estão em estudo para a execução de futuras intervenções para obras públicas (veja quadro ao lado).
Devagar. A desapropriação perde todo esse caráter de propulsora do mercado imobiliário quando quem manda sair e o dono do imóvel não concordam com o valor a ser pago, e o processo termina na Justiça. "O consumidor acaba ganhando, mas o problema é a morosidade do processo", diz o advogado Álvaro Palma de Jorge, sócio do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão (BM&A). Segundo ele, uma reclamação no Judiciário pode ter uma resposta, em média, sete anos depois.
Para ele, a pior situação é ser credor do Estado. "É uma relação primitiva, autoritária", explicou. Ele cita como exemplo a construção da Linha Amarela, no Rio de Janeiro. As brigas na Justiça ultrapassaram uma década, contou.
cultura. Esse problema, entretanto, não é exclusividade do Brasil. Álvaro Jorge contou que o problema do pagamento das indenizações imobiliárias também acontece em outros países, mas no Brasil ele é acentuado por causa da forte cultura estatal. "O Estado deveria ser o primeiro a pagar uma indenização justa, a Constituição serve para tutelar a ação do Estado", disse, resumindo sua opinião.
Uma delas foi a duplicação da avenida Antônio Carlos, na região Noroeste da capital, onde a Prefeitura de Belo Horizonte e o governo de Minas Gerais investiram R$ 190 milhões em desapropriações e remoções, com recursos das duas esferas públicas.
As obras na Antônio Carlos provocaram também a valorização nas áreas do entorno. O diretor secretário do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci/MG), Vinícius Araújo, informou que os imóveis às margens da avenida valorizaram de 30% a 40 % depois da obra de duplicação. "Era um comércio fraco, onde o metro quadrado custava R$ 1.000. Agora, passou para R$ 1.400 e a tendência é aumentar ainda mais", avaliou Araújo, há 22 anos no mercado.
A outra face das indenizações imobiliárias também movimenta a economia. "Está jogando dinheiro no mercado", explicou. As famílias indenizadas precisam procurar outro imóvel para comprar.
Ele explica que, com o valor recebido, o antigo morador da região vai direcionar o dinheiro para a compra imediata. "Não somente a faixa de baixa renda, como também para imóveis comerciais", informou Araújo.
O mercado já trata a Região Noroeste de Belo Horizonte, onde houve a duplicação da Antônio Carlos, com mais interesse. Vinícius Araújo, que também é diretor da Prolar Netimóveis, explicou que a retirada de imóveis com "visual desagradável e acabamento mais fraco" foi positiva e ajudou a valorizar a região.
Outras obras devem dar continuidade ao processo de desapropriações e consequente especulação imobiliária. A avenida Pedro I, as vias 210 (Barreiro) e 710 (região Leste), além da nova rodoviária, no bairro São Gabriel, estão em estudo para a execução de futuras intervenções para obras públicas (veja quadro ao lado).
Devagar. A desapropriação perde todo esse caráter de propulsora do mercado imobiliário quando quem manda sair e o dono do imóvel não concordam com o valor a ser pago, e o processo termina na Justiça. "O consumidor acaba ganhando, mas o problema é a morosidade do processo", diz o advogado Álvaro Palma de Jorge, sócio do escritório Barbosa, Müssnich & Aragão (BM&A). Segundo ele, uma reclamação no Judiciário pode ter uma resposta, em média, sete anos depois.
Para ele, a pior situação é ser credor do Estado. "É uma relação primitiva, autoritária", explicou. Ele cita como exemplo a construção da Linha Amarela, no Rio de Janeiro. As brigas na Justiça ultrapassaram uma década, contou.
cultura. Esse problema, entretanto, não é exclusividade do Brasil. Álvaro Jorge contou que o problema do pagamento das indenizações imobiliárias também acontece em outros países, mas no Brasil ele é acentuado por causa da forte cultura estatal. "O Estado deveria ser o primeiro a pagar uma indenização justa, a Constituição serve para tutelar a ação do Estado", disse, resumindo sua opinião.
Pagamentos
Morador precisa saber o valor real
A pessoa a ser indenizada deve ter noção do efetivo valor do imóvel que possui, para que não aceite receber quantia muito inferior ao valor de mercado, ou para evitar uma disputa judicial em busca de um montante que o imóvel não vale.
Quem orienta é o advogado Marcello Vieira de Mello, sócio do escritório Guimarães & Vieira de Mello Advogados. Ele considera importante que o cidadão tenha uma assessoria jurídica que conheça os trâmites administrativos e judiciais do procedimento, e evite que a pessoa venha a aceitar um valor muito baixo por pressão do poder público.
Procedimento. O advogado explicou que o Estado não pode pagar o que bem entender numa indenização. "Esse procedimento é regulado pelo decreto nº 3365/41", explicou. Primeiro, tem que haver a publicação de um decreto declarando determinada área como sendo de utilidade ou necessidade pública, como a Prefeitura de Belo Horizonte fez, no início deste ano, com a área onde será construída a nova rodoviária.
A partir de então, se o ente público e o proprietário do bem desapropriado chegarem a um acordo quanto ao preço a ser pago, a desapropriação ocorre sem a interferência do Judiciário e o pagamento é imediato.
Se não houver acordo, inicia-se um procedimento judicial, a ação de desapropriação, onde haverá a apuração do valor correto a ser pago pelo poder público. "Esse procedimento pode levar anos", alertou Vieira de Mello. (HL)
Quem orienta é o advogado Marcello Vieira de Mello, sócio do escritório Guimarães & Vieira de Mello Advogados. Ele considera importante que o cidadão tenha uma assessoria jurídica que conheça os trâmites administrativos e judiciais do procedimento, e evite que a pessoa venha a aceitar um valor muito baixo por pressão do poder público.
Procedimento. O advogado explicou que o Estado não pode pagar o que bem entender numa indenização. "Esse procedimento é regulado pelo decreto nº 3365/41", explicou. Primeiro, tem que haver a publicação de um decreto declarando determinada área como sendo de utilidade ou necessidade pública, como a Prefeitura de Belo Horizonte fez, no início deste ano, com a área onde será construída a nova rodoviária.
A partir de então, se o ente público e o proprietário do bem desapropriado chegarem a um acordo quanto ao preço a ser pago, a desapropriação ocorre sem a interferência do Judiciário e o pagamento é imediato.
Se não houver acordo, inicia-se um procedimento judicial, a ação de desapropriação, onde haverá a apuração do valor correto a ser pago pelo poder público. "Esse procedimento pode levar anos", alertou Vieira de Mello. (HL)
Ponte em Tóquio
Essa ponte localizada em Tóquio utiliza o sistema de Piezoeletricidade para converter as vibrações, produzidas pelos veículos, em energia elétrica, sendo utilizada na sua própria iluminação. A energia elétrica nesse sistema é produzida através das pressões mecânicas exercidas sobre a estrutura.
A nova Cracolândia
Consumo de drogas na Ponte Estaiada; Algumas características da construção, como a proximidade com a Favela do Jardim Edith, na Zona Sul, onde a droga é comprada, e o fato de estar em frente a um terreno baldio, teriam atraído os usuários de entorpecentes
José Dacauaziliquá, jose.dacau@grupoestado.com.br
Uma nova ‘Cracolândia’ começa a surgir em São Paulo. Os vãos da Ponte Estaiada Octávio Frias de Oliveira, junto à Avenida Jornalista Roberto Marinho, no Brooklin, Zona Sul, viraram abrigo para usuários de crack. A reportagem do Jornal da Tarde flagrou, de quinta-feira até ontem, o vaivém dos freqüentadores que saem dos vãos da ponte, atravessam a avenida, compram a droga na Favela do Jardim Edith e voltam para consumi-la no local.
O grupo flagrado era formado por cerca de 20 pessoas, rapazes, na maioria. Mas o setor de assistência social da Subprefeitura de Pinheiros, responsável pela região, chegou a encontrar cerca de 30 pessoas no local. Para coibir furtos e assaltos, a Polícia Militar mantém viaturas fixas nos horários de pico (pela manhã, entre 7h e 10h e, à tarde, das 16h às 19h). No resto do dia, há patrulhamento em carro e moto.
Segundo a PM, o local tem “características peculiares” concentradas num pequeno espaço, o que teria favorecido o surgimento da nova Cracolândia - referência ao nome dado informalmente a uma região do Bairro de Santa Ifigênia, no Centro, caracterizada pela venda e consumo de crack. O novo ponto fica próximo à Praça José Anthero, localizada sob a ponte, no encontro das Avenidas Chucri Zaidan, Engenheiro Luís Carlos Berrini e Jornalista Roberto Marinho. De um lado está a Favela do Jardim Edith; do outro, um terreno baldio.
Os vãos da ponte servem de abrigo para dormir e de refúgio para o consumo de drogas. A favela é o local de compra e os semáforos são pontos para arrecadar dinheiro.
A reportagem tentou conversar com os usuários, que aparentavam estar sob o efeito do entorpecente e mal compreendiam as perguntas. Apenas pediam cigarros. Diante da negativa, viravam as costas.
“Já fui preso por 155 (referência ao artigo do Código Penal que se refere a furto), e agora ninguém me dá emprego. O jeito que encontrei foi ficar pela rua”, disse um rapaz, que não quis se identificar.
Ele falou que o grupo consome principalmente crack, mas também usa maconha. “Farinha (cocaína) é droga cara. É coisa de playboy, coisa que dá para ver que a gente não é”, disse o usuário - que, ao ser questionado sobre como conseguia dinheiro para comprar drogas, respondeu: “Faço bicos”.
Uma jovem de 25 anos disse ter chegado ao local há duas semanas com a irmã e três amigos. Na tarde de ontem, outra mulher, aparentemente grávida, e uma criança integravam o grupo.
Semáforos
Os usuários ficam nos semáforos quando a polícia não está por perto. Homens da Guarda Civil Metropolitana (GCM) que vigiam a ponte 24 horas, por causa do furto de fios de cobre, contaram que os usuários de drogas descobriram o “point” logo após a inauguração da obra, em 10 de maio e, aos poucos, se apropriaram do local. “Eles se drogam, intimidam os pedestres e vão para o farol, com a mão por baixo da blusa, simulando estar armados”, disse um GCM, que pediu para não ser identificado.
Motoristas e pedestres reclamam. “Por causa do percurso de ida e volta de casa para o trabalho, sou obrigado a passar por aqui. Colaboro porque tenho receio de que quebrem o vidro ou chutem a porta do carro”, disse o administrador de empresas Carlos Castro Maciel.
Por causa da concentração de prédios comerciais, a região tem grande circulação de pedestres, que são obrigados a passar pelo local para chegar até o ponto de ônibus. “Ando sempre com o passo apertado e evito usar celular”, disse a recepcionista Neide Oliveira.
DRIVE-THRU
Em abril de 2006, o ‘JT’ ublicou uma série de reportagens denunciando um
esquema de venda de drogas na Avenida Jornalista Roberto Marinho, no Campo Belo, Zona Sul - num trecho que fica a cerca de três quilômetros da Ponte Estaiada
Motoristas paravam o carro, faziam o pedido, pagavam, recebiam a ‘encomenda’ e
partiam. O comprador não precisava descer do carro
Após a denúncia, três operações policiais foram realizadas em toda a extensão da Avenida Jornalista Roberto Marinho para coibir a prática
FICHA TÉCNICA
PONTE ESTAIADA OCTÁVIO FRIAS DE OLIVEIRA
Localização: sobre o Rio Pinheiros. Liga a Avenida Jornalista Roberto Marinho à
Marginal e tem capacidade para receber 8 mil veículos/hora
Valor: Orçada em R$ 142 milhões, custou R$ 260 milhões
Tem 138 metros de altura e é suspensa por 144 estais (feixes de cabo de aço); tem 142 projetores, capazes de colorir a ponte de verde, azul ou vermelho. O cimento utilizado na construção é suficiente para construir um estádio como o Morumbi
http://www.jt.com.br/editorias/2008/08/17/ger-1.94.4.20080817.1.1.xml
O grupo flagrado era formado por cerca de 20 pessoas, rapazes, na maioria. Mas o setor de assistência social da Subprefeitura de Pinheiros, responsável pela região, chegou a encontrar cerca de 30 pessoas no local. Para coibir furtos e assaltos, a Polícia Militar mantém viaturas fixas nos horários de pico (pela manhã, entre 7h e 10h e, à tarde, das 16h às 19h). No resto do dia, há patrulhamento em carro e moto.
Segundo a PM, o local tem “características peculiares” concentradas num pequeno espaço, o que teria favorecido o surgimento da nova Cracolândia - referência ao nome dado informalmente a uma região do Bairro de Santa Ifigênia, no Centro, caracterizada pela venda e consumo de crack. O novo ponto fica próximo à Praça José Anthero, localizada sob a ponte, no encontro das Avenidas Chucri Zaidan, Engenheiro Luís Carlos Berrini e Jornalista Roberto Marinho. De um lado está a Favela do Jardim Edith; do outro, um terreno baldio.
Os vãos da ponte servem de abrigo para dormir e de refúgio para o consumo de drogas. A favela é o local de compra e os semáforos são pontos para arrecadar dinheiro.
A reportagem tentou conversar com os usuários, que aparentavam estar sob o efeito do entorpecente e mal compreendiam as perguntas. Apenas pediam cigarros. Diante da negativa, viravam as costas.
“Já fui preso por 155 (referência ao artigo do Código Penal que se refere a furto), e agora ninguém me dá emprego. O jeito que encontrei foi ficar pela rua”, disse um rapaz, que não quis se identificar.
Ele falou que o grupo consome principalmente crack, mas também usa maconha. “Farinha (cocaína) é droga cara. É coisa de playboy, coisa que dá para ver que a gente não é”, disse o usuário - que, ao ser questionado sobre como conseguia dinheiro para comprar drogas, respondeu: “Faço bicos”.
Uma jovem de 25 anos disse ter chegado ao local há duas semanas com a irmã e três amigos. Na tarde de ontem, outra mulher, aparentemente grávida, e uma criança integravam o grupo.
Semáforos
Os usuários ficam nos semáforos quando a polícia não está por perto. Homens da Guarda Civil Metropolitana (GCM) que vigiam a ponte 24 horas, por causa do furto de fios de cobre, contaram que os usuários de drogas descobriram o “point” logo após a inauguração da obra, em 10 de maio e, aos poucos, se apropriaram do local. “Eles se drogam, intimidam os pedestres e vão para o farol, com a mão por baixo da blusa, simulando estar armados”, disse um GCM, que pediu para não ser identificado.
Motoristas e pedestres reclamam. “Por causa do percurso de ida e volta de casa para o trabalho, sou obrigado a passar por aqui. Colaboro porque tenho receio de que quebrem o vidro ou chutem a porta do carro”, disse o administrador de empresas Carlos Castro Maciel.
Por causa da concentração de prédios comerciais, a região tem grande circulação de pedestres, que são obrigados a passar pelo local para chegar até o ponto de ônibus. “Ando sempre com o passo apertado e evito usar celular”, disse a recepcionista Neide Oliveira.
DRIVE-THRU
Em abril de 2006, o ‘JT’ ublicou uma série de reportagens denunciando um
esquema de venda de drogas na Avenida Jornalista Roberto Marinho, no Campo Belo, Zona Sul - num trecho que fica a cerca de três quilômetros da Ponte Estaiada
Motoristas paravam o carro, faziam o pedido, pagavam, recebiam a ‘encomenda’ e
partiam. O comprador não precisava descer do carro
Após a denúncia, três operações policiais foram realizadas em toda a extensão da Avenida Jornalista Roberto Marinho para coibir a prática
FICHA TÉCNICA
PONTE ESTAIADA OCTÁVIO FRIAS DE OLIVEIRA
Localização: sobre o Rio Pinheiros. Liga a Avenida Jornalista Roberto Marinho à
Marginal e tem capacidade para receber 8 mil veículos/hora
Valor: Orçada em R$ 142 milhões, custou R$ 260 milhões
Tem 138 metros de altura e é suspensa por 144 estais (feixes de cabo de aço); tem 142 projetores, capazes de colorir a ponte de verde, azul ou vermelho. O cimento utilizado na construção é suficiente para construir um estádio como o Morumbi
segunda-feira, 28 de março de 2011
Projeto italiano pretende transformar ponte em gerador de energia limpa
Proposta de designers é usar apenas a energia do vento e do sol
Divulgação
Designers italianos criaram um projeto que pretende transformar uma ponte comum em um gerador de eletricidade usando apenas a energia do vento e do sol. A expectativa é que a ponte seja capaz de produzir mais de 40 milhões de kW/h por ano.
Batizado de Solar Wind, o projeto foi desenvolvido pelos designers Francesco Colarossi, Giovanna Saracino e Luisa Saracino. Eles querem aproveitar o espaço inutilizado de um viaduto existente no sul da Itália para instalar 26 turbinas eólicas que poderão gerar 36 milhões de kW/h de energia anualmente.Ao longo dos 22 km da pista, serão instalados painéis solares que captarão a energia do sol e a transformarão em 11.200 kW/h de eletricidade. Ao todo, a energia gerada pela ponte poderá abastecer ao menos 15 mil casas, segundo os designers.
As demais áreas do viaduto seriam transformadas em um parque, onde os motoristas poderiam fazer uma pausa para descansar, fazer um lanche com alimentos orgânicos produzidos e vendidos em quiosques no local e apreciar a vista da costa italiana.
O projeto foi idealizado para um concurso feito pelo governo da região da Calábria, na Itália, que buscava as melhores ideias para substituir algumas pontes velhas e não utilizadas existentes no local de forma mais sustentável.
Como a demolição de cada uma das pontes custaria cerca de R$ 91,8 milhões (US$ 55 milhões), os órgãos públicos responsáveis decidiram buscar alternativas mais ecológicas. O Solar Wind ficou em segundo lugar e ganhou um prêmio de R$ 17 mil (€ 7.500).
http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/projeto-italiano-pretende-transformar-ponte-em-gerador-de-energia-limpa-20110205.html
Quando o público se torna privado
Publicado no Jornal OTEMPO em 06/06/2010
6
Na trajetória do Grupo Galpão, por diversas vezes a praça da Estação serviu de palco aberto para seus espetáculos. Essencialmente um grupo de teatro de rua, eles apresentaram lá "Romeu e Julieta" e "Um Molière Imaginário", alcançando um contato delicado e mais direto com o público, que estaria ali numa comunicação olho no olho, trazendo belos e raros momentos de poesia para o centro da cidade.
Esses momentos, no entanto, correm o risco de não voltar a acontecer, depois da decisão imposta pela Prefeitura de Belo Horizonte, no início do mês passado, estabelecendo valores entre R$ 9 mil e R$ 19 mil para a realização de eventos no local.
"Com uma taxa dessas torna-se completamente inviável fazer eventos delicados como teatro", diz Inês Peixoto, atriz do Galpão. "Mesmo para nós, que somos um grupo com patrocínio da Petrobras, é completamente inviável".
O Galpão é tomado aqui apenas como um exemplo de como a restrição ao uso da praça da Estação tem gerado preocupação. Nos últimos meses, muitos protestos têm sido feitos na própria praça, no que foi chamado de "Praia da Estação". Um deles, no dia 9 de maio, foi impedido pela polícia e fiscais da prefeitura. "Nos disseram que poderíamos fazer um evento quando quiséssemos, desde que fosse paga a taxa da licença. Isso é uma proibição velada", comenta Guto Borges, músico do Dead Lover’s Twisted Heart, grupo que tocaria naquele dia.
Antes disso, uma audiência pública havia sido convocada na Câmara Municipal pelo vereador Arnaldo Godoy na tentativa de ampliar o debate com a prefeitura, já que a decisão havia sido tomada de "forma arbitrária", como diz Godoy. "Achamos que os critérios são muito rigorosos", continua ele, referindo-se ao cercamento do espaço para limitar o número de pessoas.
Se, mesmo com patrocínio da Petrobras, o Galpão não teria condições de realizar um evento na praça, pressupõe-se que apenas grandes corporações poderiam - por exemplo, a Coca-Cola, que organiza, junto com a prefeitura, grandes eventos na praça da Estação durante a Copa do Mundo.
"O que é espaço público livre acaba. Vira um espaço público como lugar de marketing", diz a historiadora e urbanista Myriam Bahia Lopes, professora da Escola de Arquitetura e Urbanismo (EAU) da UFMG, acrescentando que se trata de um movimento mais amplo da sociedade atual. "É uma grande briga por ocupação total do espaço público como espaço de marketing. E não sobre espaço como uma questão da vida da cidade", continua Myriam: "O prefeito diz que a população não pode, mas tal empresa pode. Porque quem paga pode", avalia a pesquisadora.
As transformações pelas quais a praça da Estação está passando têm a ver, portanto, com a forma como a cidade e seus espaços são olhados politicamente. "Faz parte de uma mentalidade que identifica o espaço público não como um espaço público livre, mas como ‘cidade espetáculo’. A cidade se torna mera tela de projeção para a vida", diz a professora. "São opções políticas. Outras cidades tomam outras opções e resistem a essa pressão".
O resultado, continua ela, é a formação de uma população feita de consumidores e "não de pessoas que possam ter uma relação criativa com a cidade".
Retrospecto dos principais fatos
9 de dezembro de 2009. É publicado decreto, assinado pelo prefeito Marcio Lacerda, proibindo a ‘realização de eventos de qualquer natureza na praça da Estação’4 de maio de 2010. Depois de uma audiência pública na Câmara, o prefeito assina um novo decreto, revogando o primeiro e estabelecendo valores entre R$ 9 mil e R$ 19 mil para a realização de eventos no local.
8 de maio. A praça tem a sua primeira manifestação reprimida com base no novo decreto, o Eventão, organizado pelo Coletivo "Praia da Estação".
9 de dezembro de 2009. É publicado decreto, assinado pelo prefeito Marcio Lacerda, proibindo a ‘realização de eventos de qualquer natureza na praça da Estação’4 de maio de 2010. Depois de uma audiência pública na Câmara, o prefeito assina um novo decreto, revogando o primeiro e estabelecendo valores entre R$ 9 mil e R$ 19 mil para a realização de eventos no local.
8 de maio. A praça tem a sua primeira manifestação reprimida com base no novo decreto, o Eventão, organizado pelo Coletivo "Praia da Estação".
"Para que praça sem festa?"
Qual o sentido de uma praça para uma cidade? Mais especificamente, qual o sentido da praça da Estação para Belo Horizonte? Essas perguntas vêm à tona diante da necessidade de debate que criam as decisões tomadas pela prefeitura.
A praça da Estação tem um papel histórico importante para a fundação de Belo Horizonte. "A estação era por onde as pessoas chegavam, a porta de entrada da cidade", comenta a historiadora e urbanista Myriam Bahia Lopes. Segundo ela, a construção do Boulevard Arrudas já se constitui uma "redução do verde" e uma "expulsão e segregação" da população naquele espaço. "O interessante hoje é que existem mobilizações populares, com a criatividade. Você dizer ‘Praia da Estação’ é exatamente voltar à função original da praça, que era ligar o interior com o exterior. Você faz essa ficção, mas que remete à questão original", comenta Myriam.
Para a atriz Inês Peixoto, do Grupo Galpão, é contraditório o fato de que a praça da Estação tenha sido reformada em 2003 justamente para receber manifestações culturais e agora haja uma cobrança pelo seu uso. "Acho que existe um equívoco muito grande ao haver cobrança para manifestações artísticas numa praça. Desde os tempos remotos, a praça é do povo, um espaço onde a população aprende a exercer sua cidadania. E as pessoas já estão ficando tão presas em shoppings e condomínios que perder um espaço central e democrático como a praça da Estação é ainda mais grave", observa.
Quando Inês diz que "a praça é do povo desde os tempos remotos" ela está evocando o significado original - algumas vezes esquecido - de uma praça. Na cultura grega antiga, em muitos sentidos ainda a base de nossa cultura, a praça - ou a ágora - era "o local onde se realizavam assembleias que marcam a criação do conceito e da prática de democracia", como define Jacyntho Lins Brandão, professor de grego na Faculdade de Letras (Fale) da UFMG. "Assim como o palácio está para a realeza, a praça aberta está para a democracia".
A relação da praça com as festividades e a consequente comunhão entre pessoas nesse tipo de evento é lembrada pelo professor. "Isso tudo leva a pensar por que, no nosso imaginário, pensamos que cidades têm de ter praças. Em primeiro lugar, saliente-se que temos aí uma espécie de necessidade humana em nível geral, pelo menos se pensamos que os problemas de uma sociedade podem ser resolvidos através do encontro das pessoas - basta pensar numa aldeia indígena típica, que se organiza como uma ferradura em volta de um espaço aberto, onde a comunidade se encontra de modo intenso. Em sociedades mais complexas e maiores, esse encontro constante é mais difícil, por isso há um relacionamento da praça com festividades, momentos em que a comunidade pode suspender a rotina diária dedicada ao trabalho, para entregar-se a uma atividade mais imprescindível, que é o convívio com os pares", comenta, finalizando: "Enfim, pensando no nosso assunto: para que ter praça se não for para fazer festa?"
Sem palco e som, uso é gratuito
Um dos pontos ressaltados pelo secretário da Regional Centro-Sul, Fernando Cabral, no que se refere à cobrança pelo uso da praça da Estação é que ela não se aplica a manifestações culturais que não utilizem instalação de palco e/ou sistema de sonorização.
Segundo o decreto, instituições que queiram usar esses equipamentos só poderão realizar eventos na praça uma vez por mês, cuja escolha será feita por sorteio. "Embora haja a previsão do sorteio, acredito que a comissão terá o discernimento para definir o que é mais importante para a cidade. Creio que o sorteio só será feito quando houver dois eventos semelhantes", diz. (JG)
Um dos pontos ressaltados pelo secretário da Regional Centro-Sul, Fernando Cabral, no que se refere à cobrança pelo uso da praça da Estação é que ela não se aplica a manifestações culturais que não utilizem instalação de palco e/ou sistema de sonorização.
Segundo o decreto, instituições que queiram usar esses equipamentos só poderão realizar eventos na praça uma vez por mês, cuja escolha será feita por sorteio. "Embora haja a previsão do sorteio, acredito que a comissão terá o discernimento para definir o que é mais importante para a cidade. Creio que o sorteio só será feito quando houver dois eventos semelhantes", diz. (JG)
Minientrevista
Fernando Cabral Secretário municipal da Regional Centro-Sul, responsável da Prefeitura de Belo Horizonte pela região da praça da Estação
O que levou a Comissão Especial de Regulamentação de Eventos na Praça da Estação a adotar a medida que cobra para o uso da praça? Percebemos que várias instituições que antes utilizavam espaços privados para a realização de eventos começaram a migrar para a praça da Estação porque o custo lá era nenhum. E a finalidade da praça da Estação, no caso de um espaço público, não é para isso. Com a cobrança, nosso intuito não é penalizar, mas tirar esse incentivo para quem vinha utilizando o espaço privado e preferiu passar para público.
Esses valores estipulados pela prefeitura não excluem artistas que querem se apresentar na praça, mas não têm condições de pagar? Nós temos na cidade os projetos Quarteirão do Soul e o Hip Hop. Eles fazem eventos toda semana e eu os isento de taxas, mas nunca pleitearam a praça da Estação. Agora, é claro que não tem sentido a gente tomar uma praça para um grupo de teatro, lá não é um local adequado a isso. Porque no teatro as pessoas têm que escutar o que está sendo dito.
Mas já aconteceram várias apresentações de teatro lá... Cada caso é um caso. Aquilo que o grupo gestor achar conveniente para a cultura da cidade terá tratamento específico. Nosso objetivo não é proibir manifestação cultural, muito pelo contrário, até se for o caso, a praça está mais reservada para isso.
Embora tenha ocorrido uma audiência pública, o novo decreto não levou em conta as reivindicações levantadas pela sociedade civil. Por que ela foi excluída desse processo? Primeiro, temos que definir qual é o papel do governo. Nós temos aí um prefeito legitimamente eleito, então não podemos abrir mão do papel de governar. Aqui não é uma democracia grega de criar assembleia em praça pública e decidir os destinos da cidade. Temos obrigação de zelar pelo patrimônio público, um espaço tombado que vinha sendo depredado. Então, criamos um arcabouço que garanta a sobrevivência daquele local.
HTTP://WWW.OTEMPO.COM.BR/NOTICIAS/ULTIMAS/?IDNOTICIA=142875,OTE&BUSCA=URBANISMO&PAGINA=4
sábado, 26 de março de 2011
Flexibilização de usos - Japão
Gate tower building - Japão
segunda-feira, 14 de março de 2011
Crack no caminho da avenida
Escombros nos canteiros de obras da Antônio Carlos se transformam numa nova "cracolândia"
Gabi Santos - Repórter - 4/09/2009 - 03:03
CARLOS RHIENCK
Quatro prédios que ainda resistem no canteiro das obras de duplicação da Avenida Antônio Carlos transformaram-se numa nova "cracolândia". Cerca de 50 homens e mulheres não se intimidam com os vizinhos e os operários e usam drogas diariamente no local. Crack e maconha, principalmente, são consumidos a poucos metros de caminhões e veículos que trabalham nas obras, entre os bairros São Cristóvão, Lagoinha e Concórdia, na Região Noroeste da capital. Na semana que vem, eles serão retirados pela Polícia Militar, segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Sudecap, com a demolição dos prédios.
Operários contam que testemunham o dia todo, o entra-e-sai de homens e mulheres que invadiram os prédios de onde só saem, na maioria, durante a noite, em busca de dinheiro e comida. A maioria dos invasores dos prédios, que já não têm portas ou janelas, é a mesma que, há anos, frequentava o trecho da Rua Araribá, no São Cristóvão, local que era conhecido como "cracolândia", hoje ocupado pela Polícia Militar. O outros frequentavam os gramados localizados ao lado da Igreja de São Cristóvão, a menos de dez metros da Avenida Antônio Carlos. Impedidos pelo 34º Batalhão da Polícia Militar de continuar frequentando esses lugares, os viciados escolheram e invadiram os prédios desabitados que estão localizados dentro do grande canteiro de obras da Avenida Antônio Carlos, para passarem a noite e usarem drogas. Oficiais da 21ª Cia da Polícia Militar, localizada na Rua Diamantina, no Bairro Lagoinha, revelaram ontem que cerca de 50 pessoas, homens e mulheres (algumas delas grávidas) ocupam esses prédios.
Operários contam que testemunham o dia todo, o entra-e-sai de homens e mulheres que invadiram os prédios de onde só saem, na maioria, durante a noite, em busca de dinheiro e comida. A maioria dos invasores dos prédios, que já não têm portas ou janelas, é a mesma que, há anos, frequentava o trecho da Rua Araribá, no São Cristóvão, local que era conhecido como "cracolândia", hoje ocupado pela Polícia Militar. O outros frequentavam os gramados localizados ao lado da Igreja de São Cristóvão, a menos de dez metros da Avenida Antônio Carlos. Impedidos pelo 34º Batalhão da Polícia Militar de continuar frequentando esses lugares, os viciados escolheram e invadiram os prédios desabitados que estão localizados dentro do grande canteiro de obras da Avenida Antônio Carlos, para passarem a noite e usarem drogas. Oficiais da 21ª Cia da Polícia Militar, localizada na Rua Diamantina, no Bairro Lagoinha, revelaram ontem que cerca de 50 pessoas, homens e mulheres (algumas delas grávidas) ocupam esses prédios.
A presença dos usuários de droga nessa região está levando insegurança a centenas de famílias que moram em torno da área onde são realizadas as obras. Elas se queixam de pequenos furtos, da presença de estranhos perambulando pelas ruas em busca de comida e de dinheiro para comprar pedras de crack ou cigarros de maconha. Um desses moradores, que pediu para que não fosse identificado, de 41 anos, morador da Rua Beberibe, afirmou que todos os dias homens e mulheres trajando roupas sujas, magros, procuram as casas da rua pedindo comida ou dinheiro. "Eu não dou nem comida nem dinheiro e procuro nem conversar. Nós não sabemos o que a pessoa pode fazer e é muito perigoso quando a gente se descuida", afirmou. O morador reclama que durante a noite, a situação piora. "Eles ficam nas esquinas para usar drogas. Aqui em casa ninguém sai durante a noite por causa disso. Acho que ficou muito perigoso sair de casa a qualquer hora do dia", ressaltou.
Muitos usuários de drogas têm passagem pela polícia e frequentavam antes a "cracolândia", ou os canteiros centrais em frente ao Conjunto IAPI. Um deles afirmou ontem que, ao deixar o local, o grupo vai buscar prédios vizinhos.
"A gente vê essas pessoas entrando e saindo nessas casas e sabe que elas usam drogas lá dentro. Mas como a gente só se preocupa em trabalhar e nem olha para o lado delas, elas também não perturbam o nosso serviço", comenta o operário A. B., 32 anos, que trabalha no canteiro central há alguns meses. "A maioria dessas pessoas fica por perto da Rua Araribá, esperando a abertura de um albergue, para tomar banho, comer e dormir. No outro dia, elas saem e voltam para as ruas, onde ficam fumando crack e maconha", comentou o tenente Cláudio Antônio Jorge, do Grupo Especial de Policiamento de Áreas de Risco, da Pedreira Prado Lopes. "Prendemos cerca de 15 pessoas por mês, por causa de drogas, e encaminhamos muitas outras para clínicas. Mas o problema continua porque elas sempre voltam para as ruas para usar drogas". Outros militares da 21ª Cia, na Rua Diamantina, afirmam que todos os dias são apreendidas pedras de crack na região, informação que o tenente Cláudio confirma com a apreensão de uma média de 15 pedras diárias, nas ruas escolhidas pelos usuários.
Entrevista: P., 32 anos
Você vive aqui nestes escombros. Quantas pessoas convivem com você?
Eu acho que passam por aqui, por dia, umas 105 pessoas, homens e mulheres.
Tem crianças também?
Não. Crianças, graças a Deus, não.
Você já foi trabalhador com carteira assinada?
Já. Trabalhei como encarregado de serviços gerais, em uma empresa daqui de Belo Horizonte.
Tendo nascido em BH, você se considera em situação de total abandono?
Eu acho que não é abandono, mas de carência. Sou usuário de drogas há sete anos e nunca consegui um tratamento para me recuperar. Eu sei que preciso de internação mas nunca procurei por isto.
Você tem saudades da sua família?
Sou casado, com filhos, mas separei deles por causa de falta de diálogo, bebida...
O que vai acontecer com todo mundo quando os prédios forem demolidos?
Onde ficam as pessoas que não têm nada em BH? Onde elas ficam? Nas ruas! Então pronto! Eu acho que a prefeitura deve dar uma casa para cada das famílias que estão aqui, abandonadas. Mas isto não vai acontecer nunca. Vontade eu tenho de voltar para casa.
Como é que vocês fazem para se alimentar?
Alimentação? Olha, de vez em quando passa um inocente lá na avenida trazendo comida pra gente. Trazendo não. Eles deixam perto daqui, dos prédios, e a gente vai lá buscar. São evangélicos. Mas é pouca comida e não dá para muita gente. Nós passamos até cinco dias sem comida um nada.
Urbanização muda para sempre o perfil da Lagoinha
Se a Lagoinha fosse verbete de dicionário, desafiaria o poder de síntese do autor da obra. Isso porque ela não é só um bairro da Região Noroeste de Belo Horizonte. A Lagoinha abraçou um território inteiro – São Cristóvão, Bonfim, parte da Floresta – e se tornou conceito que se confunde com a história de BH. Em 1897, moradia dos trabalhadores que vieram erguer a capital, atraiu, nos anos seguintes, famílias italianas e portuguesas que viam das janelas o Centro da cidade separado do bairro apenas pela linha do trem e pelo Ribeirão Arrudas. Foi também nesse ponto estratégico que proliferou, até a década de 1960, a legítima malandragem, feita com lábia na ponta da língua, navalha no bolso e Glostora (uma espécie de gel) no cabelo. A boemia que começava nas rodas de samba e terminava na cama das meretrizes rendeu à área, inclusive, o título de "Lapa Mineira". Mas a cidade cresceu, o trânsito pediu passagem e a região pagou o preço da localização privilegiada. Primeiro, rasgada à força de máquinas e dinamite, ganhou viadutos e túneis, em um complexo que abriu caminho na sua charmosa marginalidade e nela plantou a semente do progresso. No fim desta primeira década do século 21, a urbanização novamente frutifica em mais viadutos, mais alças, mais passarelas, em um processo que traz a promessa de redenção da área, em franco processo de decadência. Mas as obras não deixam de provocar nos mais saudosistas também a impressão de que a metrópole está engolindo mais um pedaço da própria memória.
Em nome do progresso, foi preciso dizer adeus à Praça Vaz de Mello, a parte da Rua Itapecerica, à Feira dos Produtores, a casas e comércios, que deram lugar ao Complexo Viário da Lagoinha e ao metrô. As mudanças ocorreram entre o fim dos anos 1960 e meados da década de 1980 e indicavam que Belo Horizonte dava os primeiros passos como metrópole. Desta vez, moradores se despedem de parte da estrutura da região. Supermercado, farmácia, comércio, além de residências, vão dar passagem a automóveis e ônibus. As ruas Diamantina, Itapecerica e Francisco Soucasseaux estão cada vez mais próximas da Avenida Antônio Carlos.
Espremida entre viadutos e túneis, a região, hoje lugar por onde vagam mendigos, com casas tingidas de poluição, paga agora o preço de estar no meio do caminho entre o Centro e o Vetor Norte da capital. Este ano, a segunda etapa da duplicação da Avenida Antônio Carlos representará a construção de sete viadutos, obra prevista para terminar em março de 2010. Lá se vão terra abaixo 280 imóveis, entre casas, comércios e galpões, mas lá vêm de volta lembranças para os moradores que resistem. Uma delas é a do poço que batizou o bairro. No meio das escavações, o lamaçal formado pela água que brota do chão mostra que a Lagoinha não é chamada assim à toa.
O representante comercial Marcos Henrique Vaz de Mello, de 50 anos, nascido e criado na região, carrega o sobrenome de uma das mais tradicionais famílias do bairro, que já foi dona de armazéns, bares e até do terreno onde é hoje o Parque Municipal. Quando nasceu, a região tinha ares de fazenda; agora, segundo define, é progresso. “O progresso tem que vir, a cidade não comporta a quantidade de carros, mas o barulho é 24 horas. Eu mesmo devo ter que sair da minha casa, numa próxima etapa da obra. Quanto ao futuro, só saberemos o que será quando tudo ficar pronto”, afirma.
Transformações na paisagem e no cotidiano também batem na porta dos mais de 5 mil moradores dos nove prédios do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), no Bairro São Cristóvão. Construído na década de 1940 na Antônio Carlos, mesma época da construção da avenida, o conjunto, tombado pelo Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, está hoje no meio de um canteiro de obras. Para alguns moradores, a poeira nem é problema, pois acaba com o fim dos trabalhos. “Mas tiraram os Correios, o supermercado, a farmácia. Agora, temos que ir ao Centro para comprar tudo”, afirma a aposentada Terezinha Augusto Gama, de 74 anos, há meio século no conjunto.
Moradora da região desde 1979 e apaixonada pelo local há mais de 40 anos, a lavadeira Maria Célia Alves da Cruz, de 57, testemunha as mudanças da janela de casa e se lembra de uma vista que agora é só recordação, época do Cine São Geraldo, aonde ia assistir a filmes de Zé do Caixão. “Daqui de cima eu via os vizinhos, mas todo mundo foi embora e vieram as obras. Acabou tudo, é só poeira.”
A amargura de alguns moradores, acentuada pela rapidez das mudanças, mostra que a Lagoinha já não é a mesma. Mas, como o processo é contínuo, muitos alimentam também a esperança de melhorias. Therezinha de Araújo Brandão vive desde que nasceu, há 81 anos, na mesma casa, na Rua Adalberto Ferraz. O quintal, com quatro jabuticabeiras, permanece o mesmo, assim como a sala que abriga instrumentos da Corporação Musical Nossa Senhora da Conceição, primeira da capital e fundada por seu pai, em 1914. Fora dela, a vizinhança é outra e, no peito, vibra a vontade de ver a região revitalizada, como nos tempos em que a Casa da Loba era sinônimo de luxo na Rua Itapecerica, onde de um tudo se achava. “Estou feliz. A Lagoinha está um cacareco e dizem que agora vai se valorizar muito. Mas aí acho que só meus sobrinhos verão”, diz Therezinha, apontando uma referência que parece imutável: "A Igreja Nossa Senhora da Conceição é que garante nosso lado! Estamos ensaiando o coro para nos apresentarmos, mais uma vez, na festa de 8 de dezembro”, diz, em referência aos festejos em homenagem à santa.
http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_2/2009/09/07/em_noticia_interna,id_sessao=2&id_noticia=126259/em_noticia_interna.shtml
quinta-feira, 3 de março de 2011
Rua une passado de glória ao descaso de hoje
Um dos mais antigos redutos comerciais da capital mineira está desaparecendo. Próximo ao centro da cidade, a Rua Itapecerica, no Bairro Lagoinha, vive um momento de franca decadência. O local, que abrigou o segundo maior centro comercial e foi berço da boemia de Belo Horizonte, corre o risco de desaparecer.
Da Redação - 17/08/2009 - 02:30
Um dos mais antigos redutos comerciais da capital mineira está desaparecendo. Próximo ao centro da cidade, a Rua Itapecerica, no Bairro Lagoinha, vive um momento de franca decadência. O local, que abrigou o segundo maior centro comercial e foi berço da boemia de Belo Horizonte, corre o risco de desaparecer. Uma rua de diversificada arquitetura, com botequins cheios e sempre abertos, pensões, farmácias, mercados, bancos, vilas e casarões.
A rua fica próximo à Igreja do Bonfim, o que a fez se desenvolver como um dos principais centros comerciais da cidade. "Entre as décadas de 1960 e 1980, o comércio neste local era excelente. O que podíamos ver eram pessoas de todos os lugares. Aqui, já foi o coração de Belo Horizonte. Nós fomos esquecidos, assim como a história deste lugar", diz Paulo (nome fictício de um dos mais antigos comerciantes da rua, que não quis se identificar).
As pessoas que passam pela Itapecerica hoje não imaginam o quão movimentada ela foi, há cerca de 30 anos. "Era complicado andar aqui, mas se hoje você ficar atento, vai ver apenas quem reside no bairro", diz Maria da Conceição de Oliveira, 82 anos, segunda moradora mais antiga da rua. Ela se lembra de como era preciso chegar cedo à rua para comprar as melhores mercadorias. "A procura pelos mais diversos produtos era intensa, quem chegasse à tarde dificilmente encontraria o que realmente necessitava", relembra.
Nos anos 1960, os bares e botequins da Itapecerica reuniam artistas diversos. Eram encontrados atores, seresteiros, poetas e dançarinos, amantes da noite e da vida boêmia de Belo Horizonte. Com o crescimento da cidade, a Lagoinha, principalmente a Rua Itapecerica, foi obrigada a ceder espaço ao desenvolvimento. A construção do túnel Lagoinha-Glória, dos viadutos e a implementação do trem metropolitano mudaram drasticamente a imagem do bairro.
Para a moradora Joana Pereira Assis, 47 anos, a rua onde foi criada já não tem mais o charme e a beleza dos antigos casarões, e as pessoas que passam por ela hoje sentem medo. "Ninguém passa pela Itapecerica tranquilo. Esse monte de viaduto só fez atrair mendigos, viciados e malandros para a Lagoinha", completa.
Jorge Luiz Bicalho, 56 anos, é o proprietário de um dos mais antigos antiquários da região. Em sua opinião, com o progresso implementado na região, os comerciantes da rua estão tomando prejuízo e o poder público não toma qualquer providência. No entanto, ele não é contra o desenvolvimento da cidade. "Não acredito que haverá modificações radicais na rua, ela está acabando, e vários políticos já estiveram aqui, prometeram milhares de coisas e não fizeram nada", lamenta o comerciante.
"Os novos viadutos vão prejudicar o comércio da rua". A opinião de Antônio Silva, 49 anos, proprietário de uma loja de móveis usados na Itapecerica. Com as obras, o trânsito na rua vai acelerar e desafogar o fluxo da Antônio Carlos. "O volume de pedestres vai diminuir muito, os carros não vão ter como parar e, com isso, ficará muito difícil manter a loja aberta", observa.
Os moradores têm um sentimento de nostalgia e continuam acreditando em uma retomada positiva da região, quando o progresso da cidade seja também sinônimo da valorização de uma das mais tradicionais regiões de Belo Horizonte.
Mais obra descaracteriza a rua
Com a duplicação da avenida Antônio Carlos, a Rua Itapecerica vai ficar ainda mais descaracterizada. Os casarões, as lojas de móveis antigos - os pitorescos antiquários - vão dar lugar a mais um viaduto que integrará o novo complexo viário. Com ele, mais comerciantes e moradores deixam a Itapecerica, que se torna quase que somente uma via de acesso, como no início, antes da construção da Antônio Carlos. Uma rua que reuniu boemia, comércio e residências, e até uma pequena vila, que ainda resiste.
Para o encarregado responsável pela obra no trecho próximo à Rua Rio Novo, Edson Santos, as obras "não vão interferir na rua Itapecerica". No entanto, quando questionado sobre os imóveis que serão desapropriados, se contradiz e admite que a obra vai retirar aqueles que estão às margens da avenida. Isso elimina mais dois quarteirões de construções. Segundo Edson, não houve problemas nas desocupações. "Quando houve resistência, o aumento no valor das indenizações venceu os moradores e comerciantes", explica.
A segunda fase das obras de duplicação da Antônio Carlos, entre a Rua Operários e o Complexo da Lagoinha, é uma parceria entre o Governo do Estado e a Prefeitura de BH. Nesta etapa, a avenida ganhará sete novos viadutos e terá quatro faixas por pistas e duas faixas centrais exclusivas para ônibus. Estão sendo investidos R$ 250 milhões, sendo R$ 190 milhões do Estado e R$ 60 milhões da prefeitura, para alargamento da pista, construção dos viadutos e as desapropriações. A previsão é que as obras sejam concluídas em maio de 2010. Trabalham atualmente no trecho cerca de 800 operários, demolindo imóveis e construindo novos viadutos.
Projetos revitalizam a Itapecerica
Mas nem tudo é desagregação. Uma iniciativa que tem dado novo fôlego à Itapecerica é o projeto Radioescola Ponto Com, realizado na Escola Estadual Silviano Brandão, situada num tradicional ponto da rua. O projeto é uma parceria entre a escola e o Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH), coordenado pela professora Wanir Campelo, do curso de Jornalismo.
"Através do Radioescola, os alunos se tornam multiplicadores de conhecimento, levam para suas casas e sua região o que aprendem no projeto", ressalta Wanir. "No ano passado, os moradores da região participaram, contando suas experiências para a produção de programetes sobre a história do rádio. Neste ano, os alunos funcionam como agentes e levam a história de Tancredo Neves para a comunidade da Lagoinha", explica a professora.
Segundo ela, o objetivo é valorizar a região, mostrando aos moradores que o entorno da Itapecerica se preocupa com eles e quer trocar experiências construtivas para o futuro.
Abrigando alunos que sofrem com a violência da região, a escola, que existe desde 5 de janeiro de 1914, no ano passado recebeu diploma de honra ao mérito da Câmara de Belo Horizonte. A iniciativa das lideranças políticas da região vem ao encontro da necessidade de valorização da escola, que atua como uma alternativa no combate à evasão escolar e à propagação da violência na região.
Além deste projeto, a escola conta com outras atividades educativas, como o Programa Escola Viva Comunidade Ativa; esportes (como o Tae Kwon Do); Projeto Aluno em Tempo Integral; Programa Abrindo Espaços e o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd).
Esta matéria foi produzida e editada
pelos alunos do curso de jornalismo do
Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH): Gabriela Porto Amorim, Natália
da Costa, Patrick Vaz e Wellington Santos.
Supervisão: professor Fabrício Marques
(MG 04663 JP).
Fotos: Gabriela Porto Amorim
e Wellington Santos (6º período).
http://www.hojeemdia.com.br/cmlink/hermes/minas/rua-une-passado-de-gloria-ao-descaso-de-hoje-1.2725
Fonte: Bhtrans
Moradias irregulares dominam baixos do viaduto Pacheco e Chaves
Sex, 10 de Setembro de 2010 10:37 Gerson Rodrigues
Além dos vários barracos de madeira prontos, há outros em construção. Este é, de novo, o cenário dos baixos do viaduto Pacheco e Chaves, que serve de acesso para usuários da estação Ipiranga de trem. Há cerca de três anos, a Prefeitura fez uma grande ação de remoção das famílias que viviam no trecho, mas, segundo os munícipes, a falta de fiscalização constante permite a reocupação do espaço público. Outra dificuldade enfrentada por quem utiliza o trecho é a ausência de iluminação, o que torna o local perigoso.
Além das moradias, a reportagem também encontrou comércios improvisados, como bares e mercearias. Bebidas, alimentos, entre outros produtos são comercializados livremente. Um dos estabelecimentos utiliza a calçada para manter mesas e cadeiras, obrigando os pedestres a trafegarem pela rua.
A situação gera indignação a quem utiliza o trecho para acessar a estação de trem. “À noite é bastante crítico. A escuridão facilita a presença de usuários de droga e assaltantes. Muita gente se concentra nos botecos na entrada da estação. Bandidos podem estar disfarçados esperando para agir”, declara uma empregada doméstica que utiliza diariamente a parada Ipiranga.
Outro problema nos baixos do viaduto é a sujeira. Muito lixo divide espaço com as precárias moradias e o esgoto corre a céu aberto, além de uma carcaça de carro abandonada que acumula entulho e serve de abrigo para animais. “Como a Prefeitura deixa a situação chegar nesse ponto? Alguma coisa precisa ser feita para acabar com esses barracos e restabelecer a ordem no local”, relata outra usuária da estação de trem.A Folha entrou em contato com a Subprefeitura de Vila Prudente/Sapobemba, que não se pronunciou até o fechamento desta edição. O Departamento de Iluminação (Ilume) também foi questionado sobre a escuridão no trecho, mas também não encaminhou resposta.
http://www.folhavp.com.br/acontece-na-regiao/170-moradias-irregulares-dominam-baixos-do-viaduto-pacheco-e-chaves-.html
terça-feira, 1 de março de 2011
ENTREVISTA
Entrevistada: Teresinha Fernandes Costa Melo
Profissão: Costureira
Idade: 74 anos
Escolaridade: Ensino Fundamental Completo
1) Como funciona a sua rotina durante a semana? E nos fins de semana quais as atividades que a senhora costuma realizar?
Na parte da manhã costumo fazer as atividades de casa, lavo roupa, varro e arrumo a casa e faço almoço, também costuro um pouco. À tarde costumo ir ao centro fazer compras de coisas que estou precisando em casa e a noite gosto de assitir novela. Nos fins de semana gosto de visitar minha irmã e ir a Igreja, às vezes tem festa da igreja também, de vez em qundo vou no clube.
2) Na região onde a senhora mora tem muitos espaços para lazer? Se existir quais as qualidades e defeitos que você vê nos locais.
Onde eu moro praticamente não existe local pra gente descansar, moro em uma avenida muito movimentada, então o que mais vejo é movimento de carros. Tem um pequeno shopping próximo a minha casa com uma praça de alimentação onde tem mesas e bancos para ficar, e costuma ter música ao vivo nos fins de semana. Mais pra cima no Gutierrez tem uma praça também que costuma ser bem frequentada no fim de semana, mas acho um pouco longe então não costumo ir, acho que falta lugares que tenham plantas e árvores próximo aonde eu moro.
3) Quais os maiores problemas que a senhora nota na região onde você mora?
Como moro na Av. Amazonas acho o local perigoso à noite, por causa dos assaltantes, do movimento de carros, os passeios também tem muitos buracos e a iluminação é muito ruim, fica escuro, além disso quando chove costuma inundar aí não dá nem pra atravessar, morro de medo.
4) Como a senhora caracteriza a região central de Belo Horizonte?
Eu acho o centro um lugar muito bom pra comprar as coisas que preciso, porque tem de tudo. O que eu acho ruim é o risco de assaltantes principalmente dentro dos ônibus e nas ruas, já vi três casos perto de mim, em um deles assaltaram um cego, também não gosto do estacionamento de motos que eles criaram na rua São Paulo, prefiro os camelôs que existiam antes, pra mim ficou muito difícil atravessar de um lado para o outro da rua e é um local por onde costumo passar.
5) O que você sugeria como programa ou mobiliário para os espaços públicos inutilizados?
Acho que faltam banheiros públicos, acho que esse é um dos piores problemas que vejo principalmente por eu ser idosa.
6) Exemplifique um local em que para você houve melhorias quanto a qualidade do espaço público e um em que você acha que ainda precisa melhorar.
Eu acho ruim o acesso a rodoviária, acho a praça que tem em frente um local esquisito, sem flores, é uma praça mal aproveitada, acho que poderiam ter jardins com árvores e banquinhos. A Praça da Estação que melhorou muito , pras famílias frequentarem o lazer ficou melhor.
Profissão: Costureira
Idade: 74 anos
Escolaridade: Ensino Fundamental Completo
1) Como funciona a sua rotina durante a semana? E nos fins de semana quais as atividades que a senhora costuma realizar?
Na parte da manhã costumo fazer as atividades de casa, lavo roupa, varro e arrumo a casa e faço almoço, também costuro um pouco. À tarde costumo ir ao centro fazer compras de coisas que estou precisando em casa e a noite gosto de assitir novela. Nos fins de semana gosto de visitar minha irmã e ir a Igreja, às vezes tem festa da igreja também, de vez em qundo vou no clube.
2) Na região onde a senhora mora tem muitos espaços para lazer? Se existir quais as qualidades e defeitos que você vê nos locais.
Onde eu moro praticamente não existe local pra gente descansar, moro em uma avenida muito movimentada, então o que mais vejo é movimento de carros. Tem um pequeno shopping próximo a minha casa com uma praça de alimentação onde tem mesas e bancos para ficar, e costuma ter música ao vivo nos fins de semana. Mais pra cima no Gutierrez tem uma praça também que costuma ser bem frequentada no fim de semana, mas acho um pouco longe então não costumo ir, acho que falta lugares que tenham plantas e árvores próximo aonde eu moro.
3) Quais os maiores problemas que a senhora nota na região onde você mora?
Como moro na Av. Amazonas acho o local perigoso à noite, por causa dos assaltantes, do movimento de carros, os passeios também tem muitos buracos e a iluminação é muito ruim, fica escuro, além disso quando chove costuma inundar aí não dá nem pra atravessar, morro de medo.
4) Como a senhora caracteriza a região central de Belo Horizonte?
Eu acho o centro um lugar muito bom pra comprar as coisas que preciso, porque tem de tudo. O que eu acho ruim é o risco de assaltantes principalmente dentro dos ônibus e nas ruas, já vi três casos perto de mim, em um deles assaltaram um cego, também não gosto do estacionamento de motos que eles criaram na rua São Paulo, prefiro os camelôs que existiam antes, pra mim ficou muito difícil atravessar de um lado para o outro da rua e é um local por onde costumo passar.
5) O que você sugeria como programa ou mobiliário para os espaços públicos inutilizados?
Acho que faltam banheiros públicos, acho que esse é um dos piores problemas que vejo principalmente por eu ser idosa.
6) Exemplifique um local em que para você houve melhorias quanto a qualidade do espaço público e um em que você acha que ainda precisa melhorar.
Eu acho ruim o acesso a rodoviária, acho a praça que tem em frente um local esquisito, sem flores, é uma praça mal aproveitada, acho que poderiam ter jardins com árvores e banquinhos. A Praça da Estação que melhorou muito , pras famílias frequentarem o lazer ficou melhor.
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